terça-feira, 15 de junho de 2021

Ribeirão Pires - SP

Pilar, 2019

Este post vem atrasado, mas aqui está. Será bem curtinho, pois esta cidade merece uma boa descrição e fotos, que eu só poderei refazer quando puder passear novamente.

Ribeirão Pires é uma cidade no caminho para o litoral, atendida pelo atual Serviço 710 da CPTM (que liga a linha 10 Turquesa à linha 7 Rubi).  Eu a conheci anos atrás quando vim visitar um amigo que morava aqui. Depois voltei para o prestigiar a banda do marido de uma colega, em um barzinho local chamado Canoa Quebrada, em 2005. Foi bacana, principalmente por causa da companhia de minhas amigas e desse amigo. Bom, esse amigo veio a se tornar meu marido em 2014, então tinha que ser bacana mesmo.

E a partir de 2018 passamos a morar aqui.

Algo interessante sobre aquele Serviço 710 que citei acima é que ele voltou a traçar parte do caminho que originalmente foi da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, a primeira linha férrea do estado de São Paulo. A estação de Ribeirão Pires-Antônio Bespalec ainda preserva boa parte da arquitetura do começo do século XX. Mesmo a cidade tem uma feição bem diferente da capital, com suas ruas de paralelepípedos, neblina constante, vegetação abundante, vários morros com mirantes de onde podemos ver não apenas a cidade, como também a Represa Billings (vista do mirante de Santo Antônio).


Represa Billings, 2018

Eu já vi tucanos nos mirantes de São José e do Pilar. Isso sem falar de saguis e outros inúmeros pássaros e é maravilhoso ver orquídeas nativas dependuradas nas árvores desses locais e trilhas. E há várias trilhas fáceis de serem encontradas em qualquer bairro por aqui. Os moradores mais antigos conhecem bem esses caminhos. Não me atrevo muito a caminhar por elas, pois o risco de se perder na mata é bem real.

Trilha perto de casa, começo de 2020

A Vila do Doce é uma praça de alimentação organizada no centro da cidade. Gosto mais da pequena área ao lado, composta por um palco e uma área para o público assistir a shows (não estão ocorrendo nessa época que vivemos).


Vila do Doce, 2019

Como eu disse, este pequeníssimo post é apenas para marcar presença, pois a cidade, mesmo sendo pequena em comparação a São Paulo, merece mais atenção em uma próxima vez. A lista de locais a se visitar é boa.

 

Até a próxima.

 

segunda-feira, 7 de junho de 2021

Cidades Que Conheço

Theatro Municipal de São Paulo, 19/04/2019
Que saudades de um concerto!

 

Atualizações!

 

Há 10 anos atrás comecei uma brincadeira entre colegas do trabalho, que chamei de Lista de Cidades Que Conheço. A primeira postagem foi esta aqui.

Inventei regras aos poucos para compor essa Lista e era divertido elencar as cidades, pois, ao lembrar de cada uma, nós nos lembrávamos das situações vividas lá ou sobre a época vivida durante a época, por exemplo.

Desde então essa Lista aumentou um pouco. Há dois anos conheci Guararema, por exemplo. Linda cidade do interior paulista que soube se estruturar muito bem para o turismo.

Ainda me divirto com essa brincadeira e fiquei super feliz (de verdade!) em atualizar minha Lista, pois vi que consegui incluir cidades com as letras I, J e Y. Aliás, percebi que eu já conhecia com Y, mas não me anotei isso antigamente.


Guararema, 25/08/2019


Revi um pouco as regras para compô-la, que deixo logo abaixo. Resulta que eu montei minha lista da seguinte maneira:


- Vale ilha apenas se for uma cidade autônoma, ou seja, com sua própria prefeitura. Se pertencer a alguma cidade, então é a tal cidade que deve ser anotada.

- Vale distrito ou vila que não pertença a uma cidade.

- Vale cidade vizinha a São Paulo (não se trata de viagens, mas de cidades que se conhece).

- Vale cidade onde fiz passeio, mesmo que seja curto e não tenha me hospedado lá.

- Não vale local de parada (cidade onde apenas fiz conexões ou parei no restaurante da estrada, por exemplo).

- Vale cidade onde conheci apenas um local fechado: mudei essa após anos de dúvidas. Afinal de contas, um teatro ou parque de diversões vale como ponto turístico da cidade, não é?

- Não vale Estado, nem País: especifique a cidade.

- E, principalmente, não vale mentir para si mesma. Tive que ser muito sincera sobre a experiência que tive em cada local, para poder preencher a lista.


Cidades Que Conheço:

Agudos - SP
Alcalá de Henares – Espanha
Americana - SP
Aracajú - SE
Araçatuba - SP
Arujá - SP
Asunción – Paraguai
Atibaia – SP
Avellaneda - Argentina
Balneário de Camboriú - SC
Barcelona - Espanha
Barra Bonita - SP
Bauru - SP
Belo Horizonte - MG
Bertioga - SP
Birigui - SP
Boituva - SP
Brasília - DF
Buenos Aires – Argentina
Camboriú - SC
Campinas - SP
Campos do Jordão – SP
Caraguatatuba – SP
Colonia del Sacramento - Uruguai
Congonhas do Campo - MG
Cotia - SP
Diadema - SP
Embu das Artes - SP
Ferraz de Vasconcelos - SP
Guará – DF
Guararema - SP
Guarulhos - SP
Grasse - França
H
Itajaí - SC
Jacareí – SP
Jundiaí - SP
K
Lins - SP
Madrid - Espanha
Mariana - MG
Mauá - SP
Marseille - França
Menton - França
Moita Bonita – SE
Monteiro Lobato – SP
Montevideo - Uruguai
Navegantes - SC
Nazaré Paulista - SP
Nice - França
New York - EUA
Ouro Preto - MG
Paris – França
Paulínia - SP
Penápolis – SP
Penha – SC
Porto Alegre - RS
Porto Ferreira - SP
Praia Grande – SP
Punta del Este - Uruguai
Quilmes – Argentina
Registro - SP
Ribeirão Pires – SP
Ribeirão Preto - SP
Rio de Janeiro – RJ
Rio Grande da Serra – SP
Salvador - BA
Santo André - SP
Santos - SP
São Bernardo - SP
São Caetano do Sul - SP
São Cristóvão - SE
São José dos Campos - SP
São Vicente – SP
Serrana – SP
Sertãozinho - SP
Sorocaba – SP
Suzano - SP
Tatuí – SP
Tigre - Argentina
Ubatuba – SP
Varginha – MG
Versailles - França
Villa Rica – Paraguai
Vitória – ES
Votuporanga - SP
W
X
Ypacaraí - Paraguai
Z

segunda-feira, 31 de maio de 2021

Voltar a curtir São Paulo

 

Estação de trem de Ribeirão Pires SP

Gente!

Vou reativar minha escrita aqui, pois eu adorava escrever este blog.
 
Comecei em 2011 e nem sei como parei.
 
De lá para cá um milhão de coisas mudaram no mundo de blogs e mídias sociais. Sempre fui meio desligada de tudo isso. Mas esse último ano me fez mudar de ideia em relação a várias coisas. Sobre como lidar com essas mídias, com internet, computadores. O momento que estamos vivendo me fez rever os últimos anos, na verdade.
 
No entanto a premissa inicial deste blog continua a mesma: olhar para a cidade por onde caminho com uma atenção renovada.
 
E porquê retomar um blog no auge de uma pandemia no Brasil, no meio de tantas tristezas e desastres, ainda mais um que fala sobre viver a cidade, sendo que nem à calçada estou indo (fora os dias em que me vejo obrigada a ir para meu trabalho presencialmente)?
 
Não sei. Sinceramente não sei. Talvez pelo prazer que eu sentia ao escrever. Talvez por ter me reconectado com o mundo virtual (comecei a acompanhar canais na internet apenas em 2020. Até tinha visto alguns antes, mas nunca cheguei a acompanhar mesmo).
 
Isso aconteceu com milhões de pessoas pelo mundo, não é?
 
Nem sei se alguém vai ler isto. Neste momento, meu projeto é renovar minha alegria da escrita. E reconectar-me também com aquele olhar curioso, encantado, simples.
 
A ideia geral é a de que vou voltar a falar aqui dos lugares super cotidianos por onde passo, dos passeios realizados dentro de minhas possibilidades criadas a partir de meu esforço ao longo do tempo e isso apenas quando essa pandemia passar.
 
Vou atualizar algumas informações, talvez o título (atualmente é Curtindo São Paulo como uma turista). Pretendo subir textos novos às segundas-feiras, por enquanto.
 
A primeira atualização que devo fazer é: hoje em dia moro em Ribeirão Pires (SP). Continuo a trabalhar em São Paulo. Os motivos, como foi, como tem sido, deixarei para outra postagem.
 
Onde isso vai me levar? Acho que já tenho algo em mente. E isso também ficará para ser comentado lá na frente, quando essa ideia estiver mais firme em minha cabeça.
 
Se por algum acaso você passou por aqui e leu até o final: agradeço muito!
 
Abraço forte!



domingo, 29 de julho de 2012

Pura arte em Paraisópolis

Edifício Penthouse, em 1987 e em 2011, ao lado do Roff. Foto: Sérgio Tomisaki, Tuca Vieira - Folhapress




A convite da Personal Guide - São Paulo Specialist, Flavia Liz di Paolo, participei de um Favela Tour guiado por ela pela favela do Paraisópolis. Participaram também uma amiga dela, Cassia dos Anjos, relações públicas e outro amigo blogueiro e jornalista, Marcelo Barbosa, morador de Heliópolis.
Foi uma tarde tão cheia, tão intensa e conheci tanta gente linda!

Eu já conhecia Paraisópolis, assim como conheço Heliópolis e outras regiões periféricas de São Paulo, mas confesso que não sabia ao certo o que esperar do passeio.
Não esperem de Flavia Liz nenhum tipo de "glamourização" da favela, nenhuma peneira tapando o sol. Ao contrário.
Flavia Liz começa a experiência já no caminho, quando nos encontramos em frente à estação do metrô Faria Lima, passamos pela Marginal Pinheiros e cruzamos o bairro do Morumbi. Dentro do carro, com muito conhecimento, foi nos contando sobre a formação do bairro, da cidade, dos pontos culturais e arquitetônicos pelo caminho.
Antigo Instituto Banco Santos, onde ocorreram exposições de destaque (até que o banqueiro foi preso e seus bens confiscados), Jockey Club de São Paulo, Casa da Fazenda do Morumbi, Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, Palácio do Governo do Estado, mansões - ou melhor, muros das mansões.
É com o devido cuidado que ela nos chama a atenção para o contraste que viríamos a seguir: ao lado das mansões, começa a favela do Paraisópolis, com cerca de 80 mil habitantes em pouco menos de 800 mil m². Ao entrarmos, vemos o edifício residencial de médio padrão Penthouse pela linha reta de uma rua em Paraisópolis. A construção é de 1981, pela construtora de Adolpho Lindenberg, e já foi cenário de novela da Globo.
Segundo o jornal Folha de São Paulo (de onde tirei as imagens acima) a favela começou na década de 1960 com os trabalhadores de grandes obras, tais como o Estádio do Morumbi. Hoje, são 80 mil moradores.
Voltando ao tour. Flavia Liz nos levou a conhecer uma ótima biblioteca comunitária e dois artistas. A biblioteca é a BECEI - Biblioteca Escola Crescimento Infantil - criada por Claudemir Cabral. Sua história é um exemplo de como Deus coloca pessoas iluminadas nos lugares certos. Aos 10 anos de idade ele criou a primeira biblioteca comunitária em favela, aos 13 já alfabetizava adultos. Um dia, durante a aula, sua professora de Port da 6a. série lhe pediu para ler uma das páginas do livro didático em curso. E qual não foi sua surpresa ao encontrar sua história lá!
Aos 15 livros iniciais somaram-se milhares de outros recebidos em doação ao longo dos anos. Agora, o espaço conta com exemplares recém lançados (inclusive um que eu tinha visto no dia anterior à nossa visita e que nem tive tempo de comprar ainda!), computadores, brinquedoteca e até objetos que as crianças agora nem sabem como funcionam, tais como máquinas de escrever e máquinas fotográficas analógicas. Uma vez por mês ocorrem as Baladas Literárias, com direito a luz negra. Começa no começo da noite de um sábado e acabam apenas na manhã do domingo seguinte.
Este sim é o futuro das bibliotecas. Um lugar interessante, divertido, acessível.
Visitamos em seguida os escultures Berbela e Estevão.
Berbela é um funileiro que usa a oficina como ateliê para suas peças com metais reciclados. São criaturas e mais criaturas. Insetos, personagens, helicópteros, animais, formas mil. Tudo começou com uma bicicleta super personalizada que Berbela fez para seu filho há anos e que hoje funciona com um motor, tamanho a transformação pela qual já passou.
São tantas as obras - que, infelizmente, ele não quer vender - que ele já está enfrentando problemas para armazená-las. Berbela precisa urgentemente de apoio para continuar produzindo e armazenando seus trabalhos. Por enquanto, ele conta com nossos ingressos-doações no valor de R$10,00.
Sua prolixidade lembra Francisco Brennand ou Robert Tatin. Claro que são artistas com caminhos e propostas diferentes, mas todos possuem em comum essa incansável produtividade.
Já a visualidade de Estevão tem sido constantemente comparada a de Antoni Gaudí.
Foi sua esposa, Edilene, quem nos apresentou sua casa transformada em obra de arte com objetos reciclados, cimento e uma técnica especialmente desenvolvida por Estevão para fixar os objetos e criar os caminhos tortuosos que percorremos.
A casa possui também um fabuloso jardim suspenso, de onde vemos a favela.
Em todo lugar da casa-arte percebemos a sutileza do humor, a profusão de cores, brilhos e texturas, a resignificação de imagens. Tudo ao alcance da mão, do corpo. É como se as formas brotassem na medida de nosso corpo, relacionando-se com ele.
A casa é completamente funcional, ou seja, lá ele vive com a família. Sua bela esposa mantém a ordem e ainda trabalha como guia dos visitantes que vão até lá. Foi ela quem nos apresentou o lugar, pois o artista estava fora.
Para subirmos ao jardim, nos esgueiramos para cima e para os lados. Mas o corpo segue fluído.
A entrada na Casa de Pedra de Estevão custa módicos R$10,00 de ingresso-doação e é possível comprar pequenas obras e utilitários (encomendei um cachepô para mim) do artista, mas seu ganha-pão é o salário de jardineiro em um condomínio.
Fico me perguntando onde estão os galeristas sagazes neste país. Flavia Liz já apresentou esses artistas para dezenas e dezenas de pessoas. Será que ninguém sacou ainda as joias que temos neles?
É importante lembrar que para entrar em Paraisópolis deve-se estar acompanhado... E faço questão de deixar aqui o contato de Flavia Liz, que já realiza esse passeio há anos:

Informações de contato

Celulares
  •             (11) 8119-3903      

Endereço
  • São Paulo, Brazil
BairroJardim Europa

Nome de usuário

Site

E-mail

Facebookhttp://facebook.com/flavializdipaolo

Bem, aqui vai mais de uma centena de fotos e um grande sentimento de gratidão por esta requintada Personal Guide e todas essas pessoas que levam luz e beleza onde quer que estejam.

Flavia Liz, a entusiasmante Personal Guide

São milhares de títulos na BECEI

Espaço livre para crianças

Claudemir Alexandre Cabral

Prêmios pela dedicação




Cabral ao lado de títulos novíssimos

Mural de Fotos
Olha a Flavia Liz lá!



Computadores doados para os usuários da BECEI. 
A criançada adora ficar lá


Acervo de doações
Literatura diversificada


Peça de uma antiga desnatadeira Alfa-Laval

Luz negra, para a balada literária

Livro didático onde a história de Claudemir serviu de exemplo para  milhares de jovens


Texto de Volnei Vatentin, no Metrô News, 29/05/97

Flavia Liz, Alexandre Cabral, , Marcelo Barbosa, Cassia dos Anjos e eu na BECEI



Berbela, simpatia em pessoa

















Berbela






Tartaruguinhas
A arte de Berbela começa a ocupar o céu


Família feliz
A bicicleta do sucesso


Beberla e sua Árvore em protesto pela destruição da Natureza

Detalhe da Árvore, de Berbela


A entrada da oficina-ateliê

É aqui onde Berbela trabalha. A única proteção é o teto e uma parede
Uma tartaruga feita a partir de um carrinho de mão


Joelma e Chimbinha

Flavia Liz na entrada da casa-arte de Estevão
Fachada da casa de Estevão



Nossa querida Edilene, que, além de apoiar o marido e cuidar de seus afazeres, ainda
mantém a casa-arte de Estevão impecavelmente limpa




Amei esta mesa

Flavia Liz nos explica a técnica desenvolvida
por Estevão para fixar suas peças


Na sala de visitas





Olhando para cima










Sala de estar




Escada para os quartos







Detalhe do quarto das crianças







Obras a venda

Obras a venda

Galeristas, atenção!



Vista a partir do Jardim Suspenso










Olhando para baixo, a partir do Jardim Suspenso






Guia da casa-arte de Estevão

Estevão








Entre várias campainhas, tocar a com estrela
No final do passeio, uma águinha de coco e bananas docinhas para celebrarmos 


Obrigada Flavia Liz!







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Curtindo São Paulo como uma turista de Alexandra Rocha é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.
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